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Amor pelos animais une as pessoas

por Grupo Ceres
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Falar em sensibilidade humana em um mundo tão veloz parece distante da realidade e algo inatingível. Tocar o outro por intermédio de gestos solidários pode fazer a diferença no dia de uma pessoa. Ter a sensibilidade de compreender a dor do outro e ter o olhar voltado para as dores que não te envolvem exige humanidade. Assim, não só com os humanos, essas atitudes devem ser consideradas também com os animais.

Há 16 anos, Carla Rejane Gehrke Stein desenvolve olhar atento para o amparo, cuidado e proteção dos animais. Ela é uma das fundadoras do Grupo de Voluntários Independentes de Proteção aos Animais.  A história envolvendo a causa começou com a inquietude e o anseio de cuidar.

Carla é graduada em Enfermagem e Obstetrícia pela Faculdade de Enfermagem Nossa Senhora Medianeira (Facem) de Santa Maria. A profissão ultrapassou e estendeu-se para o mundo animal. Carla revela que quando saia do hospital via os animais nas ruas e sentia pena e se sensibilizada com o abandono, “ver eles nas ruas desabrigados causava desconforto, despertava o interesse de fazer algo, porém na época não sabíamos como fazer, não tínhamos noção, mas a gente sabia que precisava fazer alguma coisa”.

O tempo foi passando e a experiência possibilitou ampliar os cuidados e o diálogo com a população para que aderissem à causa animal. “Hoje, as mídias possibilitam realizar trabalho mais efetivo, a gente acompanha como os protetores atuam em outros locais e vamos ampliando a forma de divulgar o trabalho que vem sendo realizado”.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que só no Brasil existam mais de 30 milhões de animais abandonados, entre 10 milhões de gatos e 20 milhões de cães. Esses números são assustadores e reflexivos, pois revelam a irresponsabilidade dos humanos e a falta de consciência em amparar os animais.

Grupo de voluntários foi criado para proteger os animais 

Não-Me-Toque já teve uma Associação de Proteção aos Animais, porém agora está desativada. Carla ressalta que as pessoas não queriam envolvimento direto, nome oficialmente registrado, porém sempre contribuíram com doações de ração, vacinas, banho, tosa e medicamentos.

A ideia do Grupo de Voluntários começou pelo WhatsApp, hoje eles desenvolvem o trabalho por intermédio da rede social, que conta com aproximadamente 65 pessoas que ajudam a cuidar dos animais. Além disso, ela revela que “tem um casal que disponibilizou a casa para amparar e abrigar cães e gatos que estão em situação de abandono ou passando por situações de maus tratos”. Os recursos para manter os cuidados com os animais são feitos por doações e voluntários que se engajaram na ideia de proteção.

Carla conta que já encontraram animais em situações lamentáveis, que é preciso ter psicológico para ajudar no amparo. No início do mês de setembro o Senado aprovou um Projeto de Lei que aumenta as penas para quem maltratar cães e gatos.  A Lei, hoje, prevê detenção de três meses a um ano, e multa. Diante do novo projeto a reclusão é ampliada de dois a cinco anos, mais multas.

Sobre as modificações na lei ela afirma “eu fico triste que em um país tenha que ser aplicado pena para quem maltrata porque a lei que existia, a detenção de três meses a um ano, nunca foi colocada em prática, entra pela porta e em segundos é liberado. As autoridades deveriam encarar com mais seriedade”, declara.

Essas alterações visam despertar a consciência, o que é apavorante. Carla revela que já tiveram que tomar atitudes mais rígidas. Ela orienta que as denúncias precisam ter fundamentações, é necessário ter registro de fotos e se possível vídeo para que seja comprovada de fato a situação de maus tratos e abandono. “Maus tratos não é só agredir, cortar ou bater. Maus tratos é deixar o animal amarrado, com pulgas, pegando chuva, sol, ofertar alimento velho, estragado. Tudo isso configura maus tratos”.

Ela orienta que caso a população queira ajudar na proteção dos animais é necessário fotos e vídeos. “Só ouvir e tirar conclusões de que pode ser agressão ao animal, não o ajuda para que a polícia possa fazer intervenção é necessário registro”, explica Carla.

Carla acredita que essas alterações da Lei podem não ser efetivas quanto deveria ser. As denúncias são burocráticas e acredita que muitas pessoas não fazem, pois há uma quebra de sigilo e o anonimato não é seguido, pois quando um cidadão vai até a delegacia precisa deixar o nome e ela teme pelo pedido de vistas do advogado, o que resultaria em divulgação no nome de quem denunciou. “Isso é inadmissível”, acrescenta.

Camila Soares

 

Confere a entrevista completa:

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