A Cotrijal pagou nestas quarta e quinta-feiras, pela saca da soja, 100 reais. O que há algum tempo parecia ilusório, ou até mesmo um sonho, se concretiza por uma série de fatores, como econômicos, políticos e climáticos.
Luiz Claudio Gomes, Gerente Comercial de Grãos da Cooperativa confirma essa realidade que o produtor de soja está vivendo. “O mercado é bastante volátil, então essa expectativa que um dia chegamos a pensar que fosse uma lenda, desde ontem está na prática. A gente já viu vários extremos, esse ano, muitas coisas acontecendo, mas o efeito câmbio é o principal fator para vermos o preço da soja a R$ 100”, celebra.
Gomes cita alguns desses fatores, com o a crise política no Brasil, a crise econômica mundial, a pandemia do coronavírus e a quebra na safra agrícola do sul do País, mas ratifica o câmbio com o item principal para trazer a soja a este patamar. “O fator principal não é a quebra de safra que tivemos aqui no Rio Grande do Sul e sim o câmbio, a gente tem um período turbulento a acontecer e acontecendo e enquanto tivermos essa situação vai seguir apresentando essas oportunidades, daqui a pouco vai esfriar em algum momento, vai voltar a subir, mas é muito difícil prever”, alerta para quem planeja comercializar seus estoques com o preço a R$ 100.
Questionado se o momento é de aproveitar para vender o grão, o Gerente chama atenção para o planejamento futuro de quem tem que fazer a próxima safra de verão, mas diz que é preciso aproveitar o momento. “Um pouco é importante já ir participando, acompanhando as notícias para ver, mas é bastante importante já ir planejando a próxima safra, pois as coisas (preços de mercado) não são duradouras para sempre e quando se tem essas oportunidade tem que ir aproveitando”.
Luiz Cláudio lembra que o preço da soja em alta, tem em contrapartida custos de produção também em elevação. “O produtor tem que avaliar a relação de troca, tem que fazer o cálculo de quanto irá custar para planejar a próxima lavoura e em cima disso tomar a decisão de fazer a comercialização da soja e comprar os insumos, pois o efeito câmbio que valoriza o grão do produtor, em contrapartida acaba trazendo o custo de produção pra cima também”.
