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Ações para prevenção ao Suicídio são discutidas por profissionais de Saúde

por Grupo Ceres
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A região 17 foi escolhida pela significativa taxa de mortalidade por suicídio, com números absolutos elevados e crescimento substancial nos últimos anos (terceiro lugar no estado). A população total da região é estimada em 403.557 sendo que em sua área existem 3 CAPS, 1 NAAB, 8 terapeutas ocupacionais na atenção básica e 30 leitos psiquiátricos em Hospital Geral.

Por essa realidade o projeto foi pensado primeiramente a nível estadual e a comissão em seu primeiro encontro realizado no dia 16 de Abril, readequou as temáticas e eixos para a realidade necessária e possível para a região. A princípio serão pensadas ações voltadas à educação da população principalmente formas de chegar e educar a população que não é atendida na rede pública. A conclusão que o grupo de trabalho chegou é de que a maioria dos suicídios efetivados são de pacientes que não estavam inseridos na rede. A educação permanente dos profissionais no manejo dos quadros suicidas e na atenção dos profissionais da ponta no atendimento inicial e incentivos para que os municípios realizem trabalhos complementares aos gerados e discutidos pela comissão.

Conheça os 3 eixos e as ações definidas em cada um:

EIXO 1 – VIGILÂNCIA E QUALIFICAÇÃO DA INFORMAÇÃO

  • Sensibilizar profissionais de saúde, educação e assistência social (redes públicas e privadas) da importância de notificar todas as tentativas de suicídio ocorridas no município, bem como todas as ações praticadas com intenção de autoagressão. Nesse sentido busca-se criar informativos (cartilhas, manuais simplificados) para disponibilizar de forma impressa, on line, e nas mídias sociais.
  • Qualificar os profissionais das redes públicas e privadas para o preenchimento adequado das fichas de notificação. Estimular que os municípios criem fluxos internos na vigilância desses notificações.
  • Aprimorar (a nível nacional) a ficha de notificação de violências autoprovocadas (SINAN), numa ideia de torna-la on line e mais prática para o acesso.
  • Ações diretas em parceria com o Instituto Geral de Perícias (IGP) para capacitação técnica dos médicos legistas locais e redes acadêmicas para o correto preenchimento dos boletins técnicos e atestados de óbito (ocorrências de suicídio).
  • Lançar relatórios e boletins epidemiológicos sobre suicídio de forma regionalizada e agrupando municípios para se ter uma ideia e clareza dos casos e possíveis manejos.

 

EIXO 2 – PREVENÇÃO DO SUICÍDIO E PROMOÇÃO DE SAÚDE

  • Dar visibilidade midiática e esclarecimentos a sociedade civil e demais profissionais da rede privada sobre o fenômeno do suicídio, ampliando e disseminando a compreensão de que o suicídio não é apenas uma questão de ordem individual, mas envolve fatores socioeconômicos, ambientais, de trabalho, relacionados a gênero…
  • Apoiar o desenvolvimento de atividades relacionadas a cultura da paz, prevenção do uso prejudicial de álcool e outras drogas, por meio dos pontos de atenção já existentes nas redes.
  • Utilizar materiais didáticos e explicativos já existentes na rede (Ministério da Saúde, Secretarias Estaduais) replicando e difundindo-os.
  • Fomentar iniciativas locais de vigilância, promoção de saúde e prevenção para enfrentamento do suicídio, fortalecendo vínculos dos profissionais com as comunidades. Trazer cases de municípios que já tem uma ampla rede de prevenção ao suicídio em funcionamento, incentivando os demais municípios a pensarem e aderirem a práticas já bem sucedidas.
  • Transformar o grupo de trabalho em um comitê permanente para pensar e agir de forma pedagógica na prevenção do suicídio em parceria com os municípios da região.
  • Formalização de todos os conteúdos discutidos em um seminário a nível regional e posterior descentralização em reuniões com menor número de participantes para implementação e divulgação do trabalho realizado.

EIXO 3 – GESTÃO E CUIDADO

  • Incentivar e auxiliar os municípios a criarem seu fluxo de trabalho e atendimento a casos de saúde mental (principalmente tentativas e ideações suicidas) com base em protocolos já vigentes a nível nacional ou internacional.
  • Orientar e incentivar que Secretarias de Saúde identifiquem e apoiem os sobreviventes de uma tentativa de suicídio, bem como seus familiares e pessoas próximas.
  • Qualificar as estratégias de notificação, início imediato do acompanhamento clínico e psicossocial e monitoramento nos casos de tentativas de suicídio, no cotidiano dos serviços.

 

Com a definição clara dos eixos, as próximas reuniões da equipe servirão para complementar as ações e principalmente viabilizar formas de tornar possível as ações propostas para que sejam realizadas durante o ano de 2018 com o recurso proveniente do Ministério da Saúde. A base do pensamento do grupo é fomentar que tudo seja trabalhado a nível regional em um grande encontro para que depois seja disseminado e transformado em ações dentro dos municípios, através dos profissionais que participarem desses eventos e da parceria com os gestores para fortalecer a rede e criar uma cultura dentro dos municípios da prevenção e atendimento adequado as tentativas de suicídios e aos demais fluxos da saúde mental. Próximo encontro ocorrerá dia 27/04/2018 às 13:30 em Passo Fundo na 6ª Coordenadoria Regional de Saúde.

Não-Me-Toque faz parte desta comissão de estudos e é representada pelo Psicólogo Tomas Camargo

Jaques Petry
Assessoria de Comunicação Prefeitura Municipal de Não-Me-Toque/RS.

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