Depois de quatro meses consecutivos em alta, o Índice de Inflação dos Custos de Produção (IICP), divulgado pela Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), registrou deflação de 0,59% em setembro. A baixa foi provocada pela redução de gastos com inseticidas, herbicidas e sementes, diz o relatório emitido pela entidade.
“Setembro é um mês de queda sazonal. A maioria dos produtores já formou custos há um bom tempo. É natural que, nesse período entre setembro, outubro, haja uma redução dos preços de insumos. Então, tem um componente sazonal que pode se repetir em outubro”, salienta Danielle Guimarães, da Assessoria Econômica da Farsul.
Por outro lado, Danielle lembra que outros fatores contribuem para a formação do índice.
“São outros componentes que impactam bastante. Vai depender do desempenho deles nos próximos meses para saber o que vai pesar mais, se vai ser mais do lado da sazonalidade ou se serão variáveis como a taxa de câmbio”, salienta a economista.
A taxa de câmbio, aliás, é apontada pela Farsul como a principal causa para a alta do IICP acumulada nos últimos 12 meses. Também houve influência dos custos de sementes. “Isso porque o clima prejudicou o rendimento das sementes na safra passada, o que resultou em sementes mais caras neste ciclo, em especial no caso das culturas de inverno”, explica o estudo.
Aumento no IIPR
Já o Índice de Inflação dos Preços Recebidos pelos Produtores Rurais (IIPR) voltou a subir em setembro, com aumento de 1,64%. A soja e o suíno foram os produtos que impulsionaram a elevação. “Enquanto o preço da soja subiu como reflexo da alta do preço na Bolsa de Chicago, o preço dos suínos inflacionou diante do maior volume exportado em setembro”, diz o texto.
Ainda assim, o IIPR acumulado nos últimos 12 meses indica deflação de 1,95%, e de 7,55% desde janeiro. A queda é atribuída, apesar da alta em setembro, ao preço da saca de soja no período. “Apesar de a maior parte dos produtos que compõe a cesta do IIPR terem apresentado valorização de seus preços em relação a setembro do ano passado, a expressiva queda do preço da saca de soja acabou puxando este índice para baixo”, diz o levantamento da Farsul.
“A elevada oferta de soja, em especial no Brasil, que é o maior produtor mundial do grão, pressionou muito os preços”, conclui Danielle, referindo-se ao percentual acumulado nos últimos 12 meses.
Fonte: Correio do Povo
