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Conab aponta recuperação da safra gaúcha 2023/2024, com alta de 34,5% sobre ciclo anterior

Levantamento estima produção nacional de 298,41 milhões de toneladas; RS é o terceiro maior produtor

por Daiane Giesen
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Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou nesta quinta-feira o 12º Levantamento de Safra de Grãos 2023/24. A produção no país está estimada em 298,41 milhões de toneladas, redução de 6,7% em relação à safra passada (21,4 milhões de toneladas a menos). A queda se deve a condições climáticas, com chuvas irregulares no início do plantio, baixas precipitações nos estados da Região Centro-Oeste, do Matopiba, em São Paulo e no Paraná, sobretudo nas lavouras de milho segunda safra e na soja. A análise da Conab mostra recuperação no Rio Grande do Sul.

Responsável por 12,4% da safra nacional, o Rio Grande do Sul se encaminha para ter a sua segunda maior colheita de grãos, com produção estimada em 37,1 milhões de toneladas — 34,5% a mais do que na safra anterior, quando foram colhidas 27,6 milhões de toneladas. Isso coloca o Estado como o terceiro maior produtor de grãos do país, atrás de Mato Grosso e Paraná. Apesar das adversidades durante o ciclo das culturas, sobretudo ao final da colheita, as lavouras apresentaram um desempenho melhor do que na última safra, o que justifica esse resultado na produção gaúcha. A área plantada nesta safra soma 10,4 milhões de hectares, uma elevação de 1%.

Todas as principais culturas do RS seguem apresentando alta na produção. O crescimento é de 51% na soja, de 44,5% no trigo, de 30% no milho e de 3,3% no arroz. A alta significativa tem como base o baixo rendimento na safra anterior, em razão das estiagens. No que diz respeito ao tamanho das lavouras, o crescimento foi de 3,2% na área plantada com soja e de 4,4% na área com arroz. Já as áreas de trigo e milho tiveram redução de, respectivamente, 10,6% e 2%.

Soja

O RS é o segundo maior produtor do país. A estimativa de produção é de 19,65 milhões de toneladas, em 6,76 milhões de hectares de área plantada . A produção poderia ter sido ainda maior, mas com o excesso de chuvas em abril, apesar da colheita já apresentando 70% do total, as lavouras que estavam em campo tiveram seu desempenho prejudicado. Contudo, as lavouras tiveram um bom suprimento hídrico durante praticamente todo o ciclo, projetando boa produtividade.

Milho

O estado gaúcho é o que mais produz milho na primeira safra, correspondendo a quase 21% do total. A Conab estima a colheita de 4,85 milhões de toneladas do grão, em área de 814,9 mil hectares. O cereal também teve o desempenho afetado pelas fortes chuvas ocorridas ao final de abril, apesar de apresentar desempenho superior ao da safra passada, com produtividade de 5.952 kg/ha, 32,6% a mais que no ciclo 2022/23.

Arroz

A produção gaúcha de arroz está estimada em 7,16 milhões de toneladas, em 900,6 mil hectares plantados. O Estado é responsável por 73,47% da produção nacional. O período de semeadura foi longo, de setembro de 2023 a janeiro de 2024, inclusive com plantio fora da janela. Houve atraso na colheita em mais de 13% da área, causando perdas quantitativas e qualitativas. O excesso de chuvas prejudicou as lavouras, reduzindo a produção em cerca de 300 mil toneladas. No entanto, o aumento da área cultivada compensou a perda de produtividade, e o resultado na produção é 3,3% superior à última safra.

Trigo

O RS também é o principal produtor de trigo do país, com projeção de colheita de 4,19 milhões de toneladas em 1,34 milhão de hectares semeados. O levantamento da Conab mostrou uma área menor do que a da última safra, mas boa produtividade, embora fortemente impactada no final do último ciclo. A falta de sementes em quantidade e qualidade, a alta suscetibilidade da cultura às perdas decorrentes de geadas e chuvas e o relato de baixa rentabilidade da cultura, por parte dos produtores, são apontados como principais motivadores da redução de área.

No início da implantação da cultura, houve atraso na semeadura devido ao excesso de chuvas, além da erosão e lixiviação de nutrientes e sementes decorrentes das chuvas torrenciais e recorrentes que prejudicaram, inicialmente, as lavouras que apresentam desenvolvimento aquém do esperado. Mas as condições mais secas, que ocorrem desde a segunda quinzena de julho, propiciam boa condição fitossanitária das plantas. No mês de agosto, houve dias ensolarados e chuvas espaçadas, suficientes para suprir as demandas hídricas e de radiação solar da cultura.

 

Fonte: Correio do Povo

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