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Ministério da Saúde confirma o primeiro óbito fetal por Febre do Oropouche no Brasil

por Daiane Giesen
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O Ministério da Saúde confirmou na última sexta-feira (02) o primeiro caso de óbito fetal causado por transmissão vertical (da mãe para o bebê) da Febre do Oropouche (FO) no Brasil. O caso foi registrado no Estado de Pernambuco e envolve uma gestante de 28 anos, que estava na 30ª semana de gestação.

Além desse caso, o Brasil registrou recentemente duas mortes causadas pela Febre do Oropouche, ambas ocorridas na Bahia entre maio e junho deste ano. Até então, “não havia relato na literatura científica mundial sobre a ocorrência de óbitos pela FO”, conforme informou o Ministério da Saúde.

Para confirmar o óbito fetal por FO, foram considerados diversos critérios, incluindo exames que descartaram outras possíveis causas de diagnóstico e resultados positivos em testes RT-PCR e imunohistoquímicos, que identificam moléculas produzidas por agentes infecciosos.

Atualmente, outros oito casos de transmissão vertical da Febre do Oropouche estão sob investigação pelo ministério, sendo quatro em Pernambuco, um na Bahia e três no Acre. Desses, quatro evoluíram para óbito fetal e quatro apresentaram anomalias congênitas, como a microcefalia.

Essas análises estão sendo conduzidas pelas secretarias estaduais de saúde e especialistas, com o acompanhamento do Ministério da Saúde. O aumento na detecção de casos de Oropouche no Brasil este ano é resultado de uma nova estratégia do ministério, que distribuiu testes diagnósticos para todos os Lacen (Laboratórios Centrais de Saúde Pública) do país. Agora, os Lacen testam para Oropouche em casos negativos para dengue, Zika e chikungunya, uma prática anteriormente restrita aos estados da região Amazônica.

A Febre do Oropouche é transmitida principalmente por mosquitos. Após picarem uma pessoa ou animal infectado, os mosquitos mantêm o vírus em seu sangue por alguns dias e podem transmiti-lo a outras pessoas saudáveis através de novas picadas. Os sintomas da doença são similares aos da dengue e chikungunya, incluindo dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, náusea e diarreia.

O diagnóstico da Febre do Oropouche envolve avaliações clínicas, epidemiológicas e laboratoriais. Devido ao seu potencial epidêmico e capacidade de mutação, todos os casos de infecção devem ser notificados obrigatoriamente, representando uma ameaça significativa à saúde pública.

O Ministério da Saúde reforça a importância de medidas preventivas e de conscientização para combater a disseminação do vírus, especialmente entre gestantes, devido aos graves riscos associados à transmissão vertical da doença.

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