Em uma medida destinada a combater a alta nos preços do arroz, o governo federal realizou na manhã desta quinta-feira um leilão para a compra de 263 mil toneladas de arroz importado. O produto foi adquirido por R$ 25 o saco de 5 quilos e será repassado ao consumidor final por R$ 20, conforme anunciou o Ministério da Agricultura.
O Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, celebrou o resultado do leilão, classificando-o como “um sucesso”. “Não pode um saco de arroz custar R$ 38, R$ 40. O mundo está oferecendo para o Brasil por R$ 25. A prova está aí, agora no leilão. Haverá uma subvenção do governo para que o consumidor compre por R$ 20 o pacote de 5 quilos”, declarou Fávaro.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) foi a responsável por operacionalizar o procedimento, adotado como uma estratégia emergencial para reduzir os preços do arroz, que sofreram um aumento de 40% em decorrência das enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul. O estado é responsável por 70% da produção nacional de arroz, e os desastres naturais impactaram severamente a oferta do produto no mercado interno.
Na véspera do leilão, a Justiça Federal de Porto Alegre havia suspendido o certame, acatando uma ação movida pelos deputados Marcel Van Hatten (Novo), Lucas Resecker (PSDB) e Felipe Camozzatto (Novo), com apoio de produtores gaúchos que eram contrários à realização do leilão. O juiz Bruno Risch argumentou que o leilão seria “prematuro” devido à falta de comprovação de que as enchentes no RS impactaram significativamente o mercado interno.
No entanto, após recurso do governo, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) reverteu a decisão, permitindo que o leilão fosse realizado nesta quinta-feira. A decisão foi considerada uma vitória pelo governo federal, que agora espera que a medida ajude a estabilizar os preços do arroz no país.
O impacto dessa ação sobre o mercado e os consumidores ainda será observado nas próximas semanas, mas a expectativa é de que a subvenção proporcionada pelo governo consiga aliviar o peso no bolso dos brasileiros, especialmente aqueles de baixa renda, que sentem de forma mais aguda os efeitos da alta nos preços dos alimentos básicos.