A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) está buscando soluções para a recuperação dos jogos adiados no Brasileirão Feminino devido às enchentes no Rio Grande do Sul. Tanto o Grêmio quanto o Internacional tiveram partidas postergadas, resultando em três confrontos a menos para as Gurias Gremistas e quatro para as Gurias Coloradas.
Para evitar alterações no calendário inicial, a entidade propõe que os times gaúchos joguem de três em três dias, ou seja, a cada 66 horas, incluindo deslocamentos e viagens para enfrentar adversários fora do estado. Essa proposta encontra respaldo no artigo 27 do regulamento geral de competições da CBF, que estabelece um intervalo mínimo de 66 horas entre o término de uma partida e o início da próxima.
No entanto, há preocupações quanto ao possível desequilíbrio técnico que essa intensificação de jogos pode gerar. Em uma temporada “normal”, os times costumam jogar apenas uma vez por semana. Com a proposta da CBF, em um período de 21 dias, tradicionalmente destinado a três jogos, seriam realizados sete jogos – mais que o dobro. Isso levanta questões em relação ao primeiro artigo do regulamento geral de competições da CBF, que preconiza a imprevisibilidade dos resultados, igualdade de oportunidades e equilíbrio das disputas.
As Gurias Gremistas, por exemplo, terão quatro (dos sete) jogos fora de casa. A equipe terá de viajar para enfrentar Flamengo, São Paulo, Santos e Atlético-MG. As Gurias Coloradas, por sua vez, têm três (dois oito) jogos fora de casa a cumprir. O Inter precisa duelar com Botafogo, Palmeiras e Avaí Kindermann (essa viagem pode ser feita por meio terrestre).
Para esses seis confrontos, os times também precisarão se locomover até outra cidade, como Caxias do Sul ou Florianópolis, por exemplo, para viajar de avião. Afinal, a expectativa é que o aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, não reabra antes de setembro. Até lá, porém, a CBF já pretende estar disputando as partidas decisivas do Brasileirão Feminino.